|
Fomento
em SC começou para resolver impasse com madeireiros
Pieter W. Prange *
Era 1967, e havia uma reunião programada com os madeireiros
da região do Planalto Catarinense, em Curitibanos, SC .
Presença confirmada do General Silvio Pinto da Luz, então
Presidente do IBDF (atual IBAMA) e de uma comitiva de autoridades
para examinar, em conjunto, como dar efetivo cumprimento às
exigências de reposição florestal.
Madeireiros, principalmente
operadores de serrarias e laminadoras da árvore nativa da região, a Araucária ou
Pinheiro do Paraná, espécie também abundante
no Estado de Santa Catarina Santa e, na época, base da economia
da região do planalto central do Estado, estavam ansiosos
de se verem livre da obrigação legal da reposição
florestal. Alternativamente, os madeireiros propunham continuar
pagando uma “Taxa de Reposição Florestal” e
o IBDF, o beneficiário da taxa, que se encarregasse do plantio
e de encontrar as mudas para tanto, que eram escassas na época.
O General Pinto da Luz,
homem franzino mas autoritário,
não aceitava aquela solução dos madeireiros
catarinenses, e o ambiente “esquentou”. Foi aí,
que as empresas produtoras de celulose na região, presentes
como ouvintes na reunião, propuseram oferecer e contribuir
com as necessárias mudas de um outro pinheiro, o Pinus,
então chamado pinheiro americano, devido a sua origem, para
assim dar apoio e ampliarem o desenvolvimento do reflorestamento
na região, o que foi aceito tempestivamente pelo então
Presidente do IBDF. E estava encerrada a reunião!!!!.
Dada a solução ao problema da falta de mudas até então,
porém meio contrariados e a contragosto, os madeireiros
aceitaram a solução alternativa, e assim registra-se
oficialmente o primeiro programa de fomento florestal industrial
nos campos de Lages, Curitibanos e Região do Planalto Central
Catarinense.
Apenas como efeito contrastante,
registra-se que, apenas durante o ano de 2002, na mesma região, houve um plantio de mais
de 25 mil hectares de novas florestas de produção.
* Consultor Florestal
|